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  • Google é processado por grupo de mídia do Chile por concorrência desleal


  • A Copesa disse que o Google desenvolveu práticas exploratórias que prejudicaram as receitas de seus veículos. Acusação alegou que dono do buscador se apropriou do conteúdo gerado por sites de notícias e do investimento em publicidade na internet.

Um dos maiores grupos de mídia do Chile, a Copesa, divulgou nesta sexta-feira (8) que está processando o Google por um abuso de posição de quase monopólio nos mercados de buscas e de publicidade digital.

Em acusação, aberta no Tribunal da Livre Concorrência (TDLC, na sigla em espanhol), órgão da Justiça do Chile, a Copesa declara  que o Google adotou "práticas exploratórias, excludentes e de concorrência desleal" que prejudicaram as receitas de seus veículos.

A ação movida pede uma compensação de US$ 48,5 milhões (R$ 240 milhões) à Copesa.

O grupo pede ainda que a Justiça declare que o Google violou normas de livre concorrência e que a empresa deve se abster de realizar práticas que impeçam ou restrinjam a participação online dos veículos da Copesa no Chile.

O ramo de publicidade digital no Chile apresentou um crescimento de mais de 600% em 2023, com relação a 2014, de acordo com a Copesa. 

Apesar desse crescimento apresentado, a empresa alega que os "meios de comunicação estão sendo privados de rendimentos vitais para seguir produzindo os conteúdos que publicam online".

De acordo com o grupo chileno, isso é resultado de um "plano deliberado e calculado" do Google que cria um ciclo vicioso envolvendo a apropriação do conteúdo gerado por sites de notícias e do investimento em publicidade online.

A ação declara que o Google cria um mundo "sem cliques", em que seus leitores consomem  as notícias pelo buscador deixando de acessar os sites que as produziram.

O Google se manifestou dizendo que não foi devidamente notificado sobre processo: "Portanto, não iremos comentar até termos todas as informações sobre o caso.”

O processo movido pela Copesa vem na sequência de outras ações sobre supostas práticas anticompetitivas praticadas pelo Google.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos declara que o Google abusa de sua posição dominante ao fazer acordos que sufocam a concorrência para priorizar o seu buscador em navegadores e sistemas operacionais.

As empresas de comunicação em países como os EUA, o Canadá, o Reino Unido e a França também já moveram processos contra o Google por entenderem que a companhia agiu de má fé para prejudicar seus negócios.